Diccionario panhispánico del español jurídico

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Genética, Mohínos e Gigantes: Quixote revisitado. Deveres fundamentais, sociedade de risco e biomedicina

por Loureiro, João

Artículo
ISSN: 15758427
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Quando nos preparamos para comemorar quatrocentos anos da publicação da primeira parte de D. Quijote de la Mancha, permitam-me que, nesta Madrid que viu morrer Cervantes, ressuscite, em tempos de tecnociência, o herói e o seu fiel escudeiro, Sancho Pança. Com efeito, a pena e agora o teclado permitem, ao longo do tempo, uma revisitação e uma reanimação dos clássicos, mais eficaz que os sonhos da pseudo-eternidade servida pelas empresas dedicadas à crioconservação. Sem esquecer a advertência de S. Teresa –a imaginação é (pode ser) a louca da casa– representamos Quixote em roncante Rocinante a enfrentar este mundoteatro em que, sob a roupagem das maravilhas da técnica, se esconde a eterna condição humana, com milenares conflitos e dramas. D. Quixote descobre agora que, em regra, as donzelas já não são virtuosas e que a sua imaginada e bem-cheirante Dulcineia –outro e mais fedorento é o retrato traçado por Sancho Pança– não passaria nas representações de beleza do tempo, antes teria que se submeter às mãos estetas de cirurgiões plásticos e à infusão silicónica no seu "marmóreo peito". Os deveres da cavalaria, ou a via alternativa de Inácio de Loiola que, restabelecendose dos seus ferimentos, se dedicou à leitura de vidas de santos e metanoicamente assumiu outros deveres, não estão na moda. Aliás, já antes de Cervantes, as virtudes, constando da literatura dos espelhos de príncipes, estavam em crise. Um dos gigantes do teatro ibérico, Gil Vicente, dá-nos conta dessa realidade. Assim, no Auto da Feira, apresenta-nos Serafim, mercador da paz, da consciência e das virtudes, que se confronta com uma cliente, Marta, que quer comprar as coisas da terra. O anjo adverte que "esta feira é chamada das virtudes em seus tratos", ao que Marta contrapõe que as coisas que vende não têm mercado. […]

Tabla de Contenidos

I. INTRODUÇÃO
II. COMPOSIÇÃO DO LUGAR: A "CIRCUNSTÂNCIA"
III. DEVERES FUNDAMENTAIS
IV. DEVERES E BIOMEDICINA: ALGUNS EXEMPLOS DA GENÉTICA
A) SUBJECTIVIDADE, PESSOALIDADE E TEMPORALIDADE
B. DEVERES FUNDAMENTAIS E GENÉTICA HUMANA
1. Os quadros da discussão
2. Intervenções: possibilidades
3. Genética humana: a transformação do poder paternal/maternal
C. REDE NORMATIVA
IV. CONCLUSÃO


  • Formato: PDF
  • Número de páginas: 20

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Quando nos preparamos para comemorar quatrocentos anos da publicação da primeira parte de D. Quijote de la Mancha, permitam-me que, nesta Madrid que viu morrer Cervantes, ressuscite, em tempos de tecnociência, o herói e o seu fiel escudeiro, Sancho Pança. Com efeito, a pena e agora o teclado permitem, ao longo do tempo, uma revisitação e uma reanimação dos clássicos, mais eficaz que os sonhos da pseudo-eternidade servida pelas empresas dedicadas à crioconservação. Sem esquecer a advertência de S. Teresa –a imaginação é (pode ser) a louca da casa– representamos Quixote em roncante Rocinante a enfrentar este mundoteatro em que, sob a roupagem das maravilhas da técnica, se esconde a eterna condição humana, com milenares conflitos e dramas. D. Quixote descobre agora que, em regra, as donzelas já não são virtuosas e que a sua imaginada e bem-cheirante Dulcineia –outro e mais fedorento é o retrato traçado por Sancho Pança– não passaria nas representações de beleza do tempo, antes teria que se submeter às mãos estetas de cirurgiões plásticos e à infusão silicónica no seu "marmóreo peito". Os deveres da cavalaria, ou a via alternativa de Inácio de Loiola que, restabelecendose dos seus ferimentos, se dedicou à leitura de vidas de santos e metanoicamente assumiu outros deveres, não estão na moda. Aliás, já antes de Cervantes, as virtudes, constando da literatura dos espelhos de príncipes, estavam em crise. Um dos gigantes do teatro ibérico, Gil Vicente, dá-nos conta dessa realidade. Assim, no Auto da Feira, apresenta-nos Serafim, mercador da paz, da consciência e das virtudes, que se confronta com uma cliente, Marta, que quer comprar as coisas da terra. O anjo adverte que "esta feira é chamada das virtudes em seus tratos", ao que Marta contrapõe que as coisas que vende não têm mercado. […]

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I. INTRODUÇÃO
II. COMPOSIÇÃO DO LUGAR: A "CIRCUNSTÂNCIA"
III. DEVERES FUNDAMENTAIS
IV. DEVERES E BIOMEDICINA: ALGUNS EXEMPLOS DA GENÉTICA
A) SUBJECTIVIDADE, PESSOALIDADE E TEMPORALIDADE
B. DEVERES FUNDAMENTAIS E GENÉTICA HUMANA
1. Os quadros da discussão
2. Intervenções: possibilidades
3. Genética humana: a transformação do poder paternal/maternal
C. REDE NORMATIVA
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